sexta-feira, 26 de abril de 2013


eu não sou tudo
eu não sou o mundo
eu sou o mundo
mas não sou tudo.

como posso querer ser uno?

fruto do fruto do fruto do fruto(...)
sou este pequeno puto, fiho de minha mãe e meu pai.
que importa ao mundo?

quem é que dá um puto pra um puto como eu?

ah
se eu não tivesse certeza
que muitos dariam putos pra um puto como eu
como poderia querer ser alguma coisa nessa porra de mundo?

que importa o que importa ao mundo, eu?
quem me fez não fui eu,
não há nada que de mim possa ser pedido.

(mas eu lentamente passo a me pedir
o que entendi que se pede)

então quando no alto da flor da pele dos vinte
o ouvinte vira locutor
- sai por aí falando:
cantando-se de cantador

o tempo indica:
não há o que se peça
não há o que se meça
não há o que se cobre:
há cobre

há vento
há pulmão

(...)e um destino de estrelas muda a direção.

o que se pede despede
o nada se aparece
veste-se e me desveste:
reste meu peito fraco

virgem
lacei-te o seio

náuseas áureas morderes e beijos
os colos colados
severamente entorpecidos de Ámor,
Deusa das dunas negras,
marcada de pintas morenas espalhadas
e lábios mais lindos mais lindos seus lábios!

quando me beija o rosto
eu caio

eu seio
veio alguém e bateu em mim
chacoalhou-me ao meio
balandeei
e assim fiquei: banzo

manso
mas não.

foi calma que deu
mas não.

eu não termino isso hoje