sábado, 31 de dezembro de 2011

- uuhh, good job! what was the color of the soup?
- it was yellow.

caule ou poeta

nós: os
olhos da árvore.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

o gato

Na vã esteira do dia
o gato repousa tranquilo:
vive.
(só ou não)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


E pensar que todos eles já foram desse tamanho...
Já tiveram esse sorriso, já pularam e correram tanto!
Olha esse sorriso, teu! É meu sorriso nele, é
O soriso dele pequeno, sereno e moleque.

Sorriso de quem amou-a e me deu.

noite gelada

I

minha vida é assim mesmo, de vadio
eles lá e eu aqui, correndo
nessa noite freaking cold de céu gigante, doido
depois de me emprestarem duas meias e uma calça e um pano pra boca/nariz:
e eles lá com a pedrinha do meu pai.

(uma hora sai)

II

donde vem esse inclínio pra preguiça?
ante quantas limonetas eu resisto?
fato é grosso como pizza e azedo
susussurra "tua vida é um brinquedo"

III

se contasse a ti que ando sempre em dúvida
pois há vozes que lho julgam desrespeito
pensarias duas vezes a respeito
ou virias com palavras menos úmidas?

IV

waiting them to come
really tenderly
- knowing they will be
ok with all this -
feel like saaadly
just for not to be
playing the
fifa.

V

chegarão eles três
primeiros quês meus
como nunca adivinharei:
vivo a descobri-los
e nunca como today
os grilos vão pulantes vastos de amor e verdade seus

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Pintor de facas

Cem dimensões
Tomam as coisas em nossas mãos.

Que serão, pergunto,
Que serão?

O cajado do grande sábio,
Escondido rosto negro,
Apóia-se no chão de nuvens - eternidade.

Lá de cima,
Ao contrário do que sempre se pensou,
A morte veia
Em todos os nossos braços.

Cada ato como o último ultimato
Sedento pela sede, apenas,
E as terríveis penas
Que por dentro derrubam...

Que serão, pergunto,
Que serão?

A força dos golpes que atingem
Está
Na força do atingido que,
Sentindo a si sem cor,
Dá por dele a culpa.

- Outrem pintor de facas,
Outrem demônio meu,
Fuja-me e tinja-me o peito antes que o branco desta folha
Tome a mente e o coração desse que ainda não enlouqueceu!

Serão a indivisão
Meu-teu?

sábado, 3 de dezembro de 2011

Poema do jato

Sou um rio
Esperando pela chuva
Pra molhar mais,
Derramar mais,
Transbordar.

Ai, meu coração,
Tanto quis me apaixonar
Mais e mais!
Tanto quis descobrir um corpo que mostrasse o que eu não sou!
E agora que encontrei mas não o posso ter?
E agora que o jato partiu e o leva, moreno e brilhante,
Saudoso ao meu desabar sufocante e singelo,
Pra muito, muito distante?

Agora,
Qualquer aparelho eletrônico risca minha poesia,
Meu lamento choroso já que a posse nem é meu fim,
Já que finjo não importar ser o outro
Ao passo que o tento incessantemente mesmo assim.

Por que, coração, não me contento com a beleza dos momentos vãos?
E corro cego ao ridículo e exponho-me com palavras e gestos desengonçados
Enquanto ouço a confissão sincera que também soaria como desilusão
Não fosse o fato de essas paredes terem algo amaldiçoado,
Que se mistura ao brilho esparramado pelos ombros
Onde perpassam os cabelos ondulados com algum cheirinho bom,
Entornando-se em verdade?

Meu nariz entupido impediu-me quase sempre
De guardar o forte aroma dos momentos
E lembrá-los de imediato quando o vento
É certeiro no alvo fácil e peçonhento
Que avisa todos outros do seu corpo
E avista a imagem do desejo:
Pela primeira vez, experimento.

Inspiro-te e te beijo, e me jogo, e a janela aberta porque faz calor apesar da hora,
E muita sede, e muito xixi, e molhadas as barrigas rentes;
Sentes o que eu sinto e conhecemo-nos então assim:
Conversando madrugada a fora numa noite que não tem mais fim.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Soco


Num soluço da manhã respiro um soco de esperança e vontade de mundo,
E me tranco nesse quarto para fazer minha poesia inútil;

E em meio à força do discurso e da fonética do som das palavras faladas,
Recolho-me à palavra muda, que ecoa de dentro pra mais dentro ainda:
Meu silêncio espera a hora da música enquanto as vozes circulam fugazes.

Aí então o mundo ouvirá meu canto,
Arraigado nas entranhas ferozes do meu corpo,
Onde se fundem sentimento e palavra.

“Quando eu soltar a minha voz...”

domingo, 27 de novembro de 2011

Bisturi


De tanto que engrandeço as pessoas,
Insistem em provar com desespero:
“Sabes que não somos isso tanto!...”

E eis que tudo enfim cai no balanço
Dos antigos coqueiros naquela praia,
Cantando a inconstância da natureza,
Cantando a inconstância da vida humana.

Açoriano tecer o endeusar,
Soluço orgástico o desendeusar.
Pois sim,
Desfiamento repentino o instante bisturístico
(a arte do cortar do bisturi
                                        - palavra porque instrumento).

Todos no mesmo andar,
Todos da mesma altura,
Todos o mesmo olhar
                               t.v.

A mesma decepção de sempre:
São todos
            a mesma merda
                                     que eu.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

conversa de banheiro

1 ai, esses olhinhos...
2 meus olhos nunca mentem
1 teus olhos nunca mentem,
1 são olhos de poeta.

2 ahaha essa é boa
2 "meus olhos nunca mentem, são olhos de poeta."
1 é, boa mesmo...!

- disse esse meu amigo
querido pela negra pele
que o aço de sol crivo
e os olhos verde-vivo
interceptam-me!

o gosto pelas palavras nos comove a veia
o sangue de células pares nos sobe os olhos
enquanto a ceia nos vem à mesa
com temperos brasuca-arábicos

e o vinho, quando a cerveja, quando o uísque, quando a fanta, quando a água...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

madrugada

recapitulo um capítulo catapultado e esquecido
a memória segue atenta às suas funções:
esquecer o rosto bonito e lembrar dos dentes mal-distribuídos
- decepcionante porque eras tão linda

a odontologia toda em questão
como um simples estado de espírito
elas mesmas estragam a poesia
elas mesmas estragam seus dentes, minha ilusão.

no cenário tão improvável que perfeito, há pedestais,
chão quadriculado e arquibancadas eruditas onde um rei enfim impera,
gentes que se rolam pelo chão e são mandadas parar e param,
música ruim que bate incessante um ritmo mentiroso e cristais,
cristais de visões alucinantes e sedentas de intenções-intensidades:
a jovialidade nos jovens como a birra no bebê.

a luz azul não lembra o circo mas não precisa lembrar.
a tragédia já foi escrita, redigida e editada a mãos trêmulas, histéricas,
que guardaram um final patético disfarçado de bem-querer
aos ingênuos atores que se encontram para a desilusão

tu sim eu não

arrevoados vão
um para a cama
outro para a lama das calçadas disfarçadas de sujeira
que nada
há vida na calçada pois há conversa primeira
sobre esses que vêm e que vão e que podem vir e ir que bulhufas que são
impõem seus absurdos naturais e cegos e suas ondas de barulho
falam e berram e falam e sentam e saem e logram a cada minuto a hora sublime, o encontro perfeito,
e vão para outro lugar onde será maravilhoso estar, todos juntos, união-alegria-uhul!
azul azul azul é o circo da ilusão

caminho então por ruas anônimas
lamentando a desimportância das pessoas
sonhando com encontros verdadeiros
enquanto paralelamente vejo
como é linda a amizade, o parceiro,
que partilha a vontade e o desejo,
e caminha ao meu lado por distâncias
infindáveis na memória sem tempo

domingo, 13 de novembro de 2011

a beleza
está na graça,
          no olho risonho,
              na bochecha marcada,
                   no cabelo.

morena,
sua graça me encanta,
me espanta esse riso tão amigo,
                                         bonito,
                                              bobão.

sábado, 12 de novembro de 2011

pelado

o silêncio se foi.
as vozes surgiram da terra,
                                por acaso,
algo marcado de dúvida e abalo
                                                 que,
                            inevitavelmente,
         bum:
                explode.

são os tempos novos,
                          da ressurreição,
                          da revolução,
                          da respiração.

o ar...
cinza do pó da vida,
                        poeira de civilização,
         mostra-se intragável
                       - tosse seca de quem não cabe o mundo nas mãos.

sigamos, irmãos,
há muito o que ser rompido
               nas almas costuradas fio por fio.

o preço do passo
é incurável,
porém,
que é a vida que não ir sem poder voltar?

já não volto pro mesmo lugar,
já sou outro, portanto,
                       como o rio que mergulho todo verão.

aceno de longe,
eis a minha despedida
aos que logram-me na fila,
                        obediente,
                            consciente,
                                responsável,
                                   correto,
                                      fechado.

tirei tudo,

to pelado.
                       

                               

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

sobre as pessoas I

e se
     eu
   perceber
que
   ver
      o
       lado
          bom

é pior?

diálogos I

- É tudo uma invenção, é uma coisa que não existe, a gente criou mas não existe... A gente pode escolher o que essa coisa é simbolicamente! Pode ser um PDF, pode ser a betúnia que o Leojorge botou! - Lucas
- Desconstruir o PDF. -Ricardo

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

esperando o dia

Um chazinho
e
Um versinho
Pra esta manhã esquisita,
nublada,
cinza.

Um bom dia.

domingo, 6 de novembro de 2011

Ode ao amor

Quando eu não te quis
Pra mim,
Eu te quis então.

A tua solidão,
A minha solidão,
É isso o que me interessa:
A não pressa com as presas que dispomos
E laçamos, enfim,
O touro estabanado que mugia, há pouco,
Dentro de nós.

Não laçar:
Eis aí minha glória final,
Meu púlpito magistral de quem hoje ergue a espada e a voz,
Que dilaceram corações mesquinhos e
Cantam aos passarinhos a natureza dos sóis,
Mas que outrora já foi sim,
Escravo da falta maior.

O buraco inconfundível da intersecção chama-se “nós”,
Entidade essa que guardamos com os braços.

(mas os braços
são apenas braços:
requer-se mais!)

À maneira como os macacos dominaram um pedaço de osso,
- causa prima do nascimento do moço –
Criamos esses utensílios que alcançam mais
Que os braços,
Para então guardar com toda precisão,
O outro
Pra mim.

Homem-objeto-mundo
Homem-objeto-homem

Pela falta da posse,
Canto ao amor essa ode.

(cante)...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Minha poesia

Não logro os versos lusitanos,
Quinhentistas, coloniais:
Os verbos rechonchudos não me caem.

Essa nobreza lingüística,
Banhada a ouro,
Não sei bem como,
Não me fisga,
Não me toca.

A folha, a mesa, o pão,
A vida, palavras assim,
Cantar, chegar, comer,
O mundo... por que não?

Talvez da canção de quem cantou a mocidade,
Mirando, do alto, a alvorada na cidade,
Sem papel, caneta,
Só violão,
Essa resguardada simplicidade minha.

As palavras são sons, músicas:
Que poderia ser,
Minha poesia de varanda,
Que não, senhores,
O próprio samba?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

No escuro do meu quarto,
as folhas da bananeira
que o vento balança lá fora,
sussurram-me, devagarinho,
"dorme..."

Mas eu não quero.
o novo me assombra:
não decorei seu rosto
sua voz
mal posso sequer
pensar-vos!
Câmeras,
esses momentos não nasceram
para serem registrados.

Não partilho
essa necessidade
de não esquecer.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um brain-storm chamado Charles Severino

Charles Severino,
seu irascível comportamento
falhou quando não devia, companheiro.

Charles Severino,
o outdoor anunciou
as vagas de emprego
sua testa brilhou
de suor
por quê, amigo?

Charles Severino,
você nunca sequer viu o mar!
Como pensa então,
em sair cavando esses buracos
e deixá-los,
simplesmente,
vazios?

Charles Severino,
na tarde do dia tal
você me procurará sob a premissa de que há
na cidade
um novo circo
um novo espetáculo
e você precisará assistir para não estourar
nas suas nádegas
um furúnculo maldito, Charles
Severino sou eu, companheiro.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A vida
é como a direção duma ambulância
paradoxalmente
tão triste

mas tão divertida!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

cinzas na cidade

as cinzas
de um vulcão
dum país que é
vizinho
do meu
invadiram-me a cidade e
com sua névoa
entranhou-se
na lataria
dos carros

subestimamos a distância

o roubo

olha o roubo
que faz
o menino na
padaria

que é o roubo
que faz
o menino?

escondidinho
vai
incerto
roubar

e ah,
quando pega
enfim
o objeto ainda não roubado e
sai
sem olhar pro lado
sentindo
passo a passo
o gosto da vitória
o gozo da farsa
que subitamente
surge por dentro

sendo
ainda mais gostoso
que o gosto
do objeto
já roubado

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

canção da liberdade

vou pro mundo
pras pessoas
pros encontros
desde a tarde
à madrugada

sei que não é nada
todo esse dilema
falso-problema
força reativa

aqui está a vida
pelo menos agora
e isso também
é só o que sei
das voltas
que o mundo dá
há anos
zilhões de tempo
super-espaço
pra toda e única
sortuda vida
ser
em paz

mas os homens
merecem um só verso
de três palavras:
mas os homens
mas os homens
etc.

só por isso
porque hoje
sinto vivo
todo Não
deixo o grito virar canção
e parto comigo
ao infinito que existe
de barco e remos às mãos

sábado, 15 de outubro de 2011

ah, bichinho,
ninguém como você
desvendou-me o corpo antes

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

a praia
quando chove e a maré baixa
me deixa triste pra burro
depois desse charuto

eucorpo

Essa cabeça que gira
no eixo do meu pescoço
pesa um peso que existe:
há coisas dentro!

Um leve mau-jeito
faz-me lacrimejar
um simples rodar
faz-me inflar o peito

Não sou mais que esse
todo único e móvel
que pelas ruas e veias
flui, vai, cai...
(preguiçosamente)

Essa cabeça que gira
no eixo do meu pescoço
sem pescoço não gira
sem os olhos não ri
sem os braços não ama
sem as pernas não sofre
sem o peito não diz
sem a bunda não chora
sem o pinto não pode
sem o pulmão não vive

domingo, 9 de outubro de 2011

conversas

uma eternidade de poemas:
assim são as conversas

ao pé da lua,
nos braços da mãe embriaguez,
que nos faz ver o mundo de muito longe,

onde os corpos não alcançam nem calculam;
onde tudo é repensado e discutido;
onde eu posso estar
ao mesmo tempo
aqui,
agora,
nesse dormir e acordar que é a vida conhecida,
mas também lá fora... fora...
do círculo.

oh, deus, quantas foram as rodas
de conversa,
de completo estado de alteração de consciência,
de sensações vivas,
de hipóteses sobre a vida, sobre o homem
que escreve,
que vê tudo diferente, que tem seus motivos, que ama e não entende por quê!

quantas?

pois quando me sento com pessoas lindas
- como são lindas!... -
e falamos sobre tudo isso
(ISSO)
e vemos o céu, as árvores (de baixo),
as construções com suas bolas giratórias que não entendo no telhado,
a vida que nos foi concebida e que perdemos tanto tempo agradecendo, concordando, carregando,
sob duras ameaças do esboço que ela é,
suas consequências! decorrências!
"Veja bem, menino!" - vozes dentro de nós agora

ah...

sentemos,
rodemos,
fujamos para lá:

para o absurdo e mais-o-que-você-quiser
universo da poesia.

sábado, 8 de outubro de 2011

| | | | | | |

assim são os anos,
riscos transparentes no espaço largo do tempo,
fendas que me doem por dentro tão forte...
supliciosa,
melancolicamente.

esses senhores cavaleiros estáticos
em posição de guerra, armadurados,
que não podemos olhar nos olhos pois ninguém,
ninguém sobreviveu.

os anos são arcos,
portais,
cavernas no próprio céu;
suas vozes são coros,
algo angelical são os anos

- os mesmos que,
por trás,
me golpeiam.

os mesmos que são morte,
que vejo apenas morte e solidão,
que só vieram para me deixar assim,
eterno enfermo da alma.

os anos são sempiternos,
são imagens dentro de mim
que nunca foram localizadas.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

pulo

Queda
do alto
desta
nuvem

rumo
reto
ao oceano.

Vim ver o ar que existe
por meio milésimo
quando o corpo rompe o mar,
quando a água cava a água.

Ele está sempre pronto
pro novo,
há espuma, não há o que temer.
"shhhhhhh..."

sábado, 1 de outubro de 2011

conversa

Ah, Eu que conversa comigo...
Ai, essas vozes...
Ah, quem sou eu...?

Tudo que sinto te digo
logo ao pé do ouvido.
Vivo o delírio sem eu...

Fora, fora, fora...
esguio-esquizo-esquisito.

Raiva, quanta raiva,
fechando o porta-malas,
já tive de você!

Por que calas,
siri,
na hora de não calar?

Teu silêncio é o meu naufrágio, minha solidão,
minha desrazão com as coisas do mundo que deveriam ter qualquer sentido!
Teu silêncio é a minha dúvida.

Embriaguemo-nos, eu,
entremos madrugada a fora nessas conversas de crianças que dormem uma ao lado da outra,
essas imagens que ficam,
metamorfose onírica...

Ouço-te com ouvidos de filho,
de amigo, inimigo,
camelo, leão, criança. Sim,
embriaguemo-nos,
vamos ver quão longe podemos chegar,
quão perto...

Testemos essa ponte!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

(sem título)

Me vi sem o nós numa sexta-feira depois do almoço
- alguma hora eu perceberia;
Disfarcei.

Novos termos, novas palavras, novos status;
Eu estático no ponto de ônibus esperando muitas outras coisas
(o benefício da troca, pelo menos)

Noites em aberto, em claro, em vômito, em nãos, em paredes de madeira quase cedendo, em   velas acesas que mostram o céu, em pequenos segredos sujos, em conversas sobre a história da loucura, em dramatizações de suicídios, em cantorias para a cidade, em migrações, em muretas vendo a ponte, o mar, as velas, os iates antigos que são boates, a um passo de uma ladeira virgem com uma placa de vende-se, lembrando das caminhadas em clarão artificial na madrugada de Nova Iorque hesitando em ir no novo bar ou garantir o de sempre, de olho nas motos que passavam mas principalmente na cerveja de daqui a pouco, amigos já bêbados também a caminho, flanelinha querendo dois adiantado, Léo tentando estacionar em três lugares impossíveis, mais uma antes de entrar;

A chuva parou e todo mundo resolveu sair nessa sexta de lua cheia e amarela e anunciei que ficaríamos ali no estacionamento à beira-mar comendo desesperadamente nossos hambúrgueres, batatas e por que não um sundae, até que ela tivesse completamente sumido por detrás do morro lá do outro lado, no continente, e a lua amarelo-sol se foi tão rápido que conseguimos acompanhar seu trajeto de menos de cinco minutos (“O mundo tá girando muito rápido” – alguém falou)

Vou aprendendo que viver é ser amargo com as coisas do passado e que os dias são fatos isolados, nada têm a ver uns com os outros
Ah, que grande mentira, que parte de mim realmente pensa isso?
A solidão máxima e plena que ainda não consegui dançar com mas vou respondendo que tá tudo bem e talvez até acredite nisso mesmo
Mas voltando de ônibus um cheiro de protetor solar me traz seu rosto com esse gosto e suas pintinhas e aquela foto com o papagaio e eu respiro devagar porque eu realmente amava tudo isso
Cada dia a mais será uma história que ficará guardada paralelamente às histórias de nós e talvez estarão até o fim confrontando-se dentro de mim como o pai e a mãe no menino da Árvore da vida 
– será sempre uma espera.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Árvore

Folha por folha,
A árvore que o tempo criou,
Com juras de eternidade,
E céus estrelados de amor,
Desfaz-se.

Seria o outono passageiro?
Um ciclo medroso que volta
Pois nunca aceita a sorte, o destino,
A verdade da escolha de ir?

Seria o desejo de sentir-se
Só - sem todas as extremidades -
Pois o que interessa é o percurso, o caminho,
E não o ponto final?

"As folhas me cansam,
Sequer vejo graça,
Cresceram já tanto...
Me deixem! Me basto!"

Vontade absurda de atingir o marco zero,
Sentir-se vazio, inócuo, varrido,
Como fosse assim um grito:
"Sou vivo! Não sei o que espero! E sofro,
Mas só porque o quero."

A árvore que o tempo criou,
Folha por folha,
Com chuvas, trovões e calmarias,
Ventos, brisas e sol,
Não é feita só de folhas:
É feita de lembranças.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

um olhar para a minha zona de conforto

ensaio um esboço de renovação
testo os limites das minhas mãos
sinto a distância (longe, junto)
sinto a essência dessas vontades
penso nas reais possibilidades
ouço as vitais necessidades
localizando-me nesse espaço
mapeando meu espectro
certo, nada é certo
sempre, nada é sempre
fujamos dessas lentes que pusemos
coloridas, mentem ao extremo
há tanto branco e preto para ver...
há tanto desejo pra correr...


não parto porque o temo:
céus, como é duro sair do céu...!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

a fraqueza nas minhas pernas when im high é A Insustentável Leveza Do Ser.


8/8/11
de tarde

domingo, 21 de agosto de 2011

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

em tempo

flutuar no tempo
boiar no mar de horas
secar o rio de sempre
quebrar as toras do nunca
que passa, passa, passa...

deixar o passar para lá
mentir o trajeto do sol
fechar os olhos pra lua
raspar com lixa as rugas

não posso esperar mais
por nada, aliás
nem mesmo a primavera
(não sinto seu ar)

fecho a tampa do pote
equilibro a ampulheta
da vida, da morte,
da transformação:
canoa só
sobrou o caniço
vento soprou


sumiço

sábado, 13 de agosto de 2011

hoje não há poesia, há só um vazio e um "meu deus eu nunca tinha chorado assim"

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

de manhã

Acordei com a leve ressaca que as algumas cervejas pra boca seca deixaram, lembrando de como foi simplesmente agradável noite passada, apesar das mil coisas na cabeça, ou justamente por isso, e tomei um banho; voltei pro quarto, ainda de cortinas cerradas, liguei o vinil, o som adjacente, e botei a agulha pra tocar. Paul Simon & Garfunkel, começando sempre por essa, e fui abrindo as cortinas. O sol, o dia, os dois me atravessando. Sentei na cama, e do meu lado, na mesinha de cabeceira, na pequena pilha de livros recentes, lembrei do livro de poesias do meu professor. A primeira poesia que abri, no meio, avulsa, foi a única que eu precisei.

A folha


Invejo a folha livre
que abana sem distinção,
que brinca no vento
e se enleia no sol.

Invejo a folha do ar,
a folha da árvore,
a folha sem cérebro
que não sofre o destino das coisas,
que vive
no coração da natureza.

Invejo a folha! Ela é livre
e eu não sou;
ela vive no coração de Deus,
eu vivo no frágil
coração da mulher.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

insight das 02:24

Não acho que as coisas tenham essas causas... e se tiver, a maior vai ser sempre o tempo. Sempre...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

delírio da 1:12

eu quero me perder nas viagens de kerouac
pra esquecer que eu não saio do lugar
pra sentir um pouco a vida
pra sublimar

eu quero que esses olhos se afastem
porque eles me trazem o mal
o mal tanto quisto no fundo
que grita em vez de calar

veja esse castelo de cimento
há muito erguido lentamente
como balança com o vento
como embaralha a mente

eu amo e amo e amo
e quero o mais fundo amor
mas cavo cavo e cavo
e porra, onde é que eu tô?

esse lugar é o céu?
esse lugar é o inferno?
eu vim até aqui
mas só vejo o belo

nem consigo pensar mais
na outra possibilidade
imerso, inerte, caminho,
febril mas cheio de amor

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

me levaram de carro pra longe agora
só o que vejo é poeira e marcas de dedos
mas a janela é de vidro, e vidro é d'água:
posso, posso sim ver o mundo lá fora.

o bumbo marca a levada boa
que canta e leva até São Cristóvão
são desses sãos Santos que nomeiam ruas
como a minha, ladeira cinza que de tanto vento voa

a levada leva à São Cristóvão, o carro até San Fran
eu, meu pai e minha mãe, brincando de bambolear por aí

vemos, do alto da costa, o mar que leva ao Japão
o mar da Paz, do Atlântico irmão,
tão grande, tão delineador, tão prova do formato bola do mundo,
que não há mãos, sem truques, que o abrace. Não.

no tempo e espaço nossa vida se espalha
mas o que mais forma-se são intersecções
encontros dos encontros, círculos como mandalas;
atrasados compreendemos estupefatos a vida
e concluímos que cara, sempre há tempo.





segunda-feira, 1 de agosto de 2011

descendo as escadas

quando desço as escadas,
tudo dança:
prédios, postes, pontes.
mole concreto balança e me sussurra:
“vida avança, vida avança!”

sobre os joelhos
cima, baixo, cima, baixo,
sobre as antenas
vai-e-vem igual.

os carros também,
também as pessoas,
formigas e moscas:
todos dançam quando desço as escadas.

e eu com meus joelhos?
e eu com meu balanço?
brindo à vida e junto danço.

meu peso de meteoro,
meus pés de gigante,
sacodem o mundo à vista
“avante, avante!”

órbita do olhar,
malemolência do concreto;
pescoço balança com a dança
fazendo sinal de “certo”.

domingo, 3 de julho de 2011

mundo


há um lugar
onde o mundo se perdeu
há um lugar

viajar
onde o mundo esqueceu
viajar

sexta-feira, 1 de julho de 2011

o som do líquido entrando minhas correntes
é o de alguém nadando peito

terça-feira, 28 de junho de 2011

sobre o grande amor

a pessoa deixa de ser quem ela é, para ser então quem ela é para nós.
e nós depositamos muitas coisas nela, transferimos, deslocamos, desde expectativas às mais ínfimas necessidades.
essa pessoa vira enorme, tamanha quantidade de coisa que amontoamos em todas suas partes.
nos sentimos dependentes dessa pessoa, tamanhas ligações que criamos e que agora necessitamos delas, porque não realizamos nossos desejos, apenas transferimos para ela e agora precisamos dela para que eles sejam realizados.
não conseguimos ser sós e solidários, nossa relação não é uma conjunção heterogênea.
fazemos dela uma extensão de nós mesmos e...


esse relacionamento é para lá de doentio, né...

sonhos acordados: I

É noite. Eu e mais uns garotos e garotas de idades mais ou menos parecidas - claro que sempre tem "os mais velhos" e "os mais novos", sendo esses dois grupos importantes na hierarquia e na forma das relações - estamos na rua, na frente de nossas casas, onde nos é permitido estar a essa hora. Eu estou ali mas me sinto confuso, os diálogos são todos tensos, cada ação está sendo avaliada por todos e a cada uma delas cada um se esforça ao máximo para ser inovador, para passar para um outro nível no "sistema de organização de pessoas mais legais" dos outros - mesmo os mais excluídos, mesmo os que nada cheiram, todos esses são de fundamental necessidade de atingir. Essa noite, esses momentos, têm gosto de sonho, é como se na verdade você não tivesse muita certeza se aquilo está acontecendo ou não, mas você vive aquilo ali e só no dia seguinte é que realmente você se pergunta incrédulo: "O que foi ontem?!". Voltando. Há muitas pessoas, há dispersões estratégicas de pessoas que para aquele grupo são essenciais, mas que ninguém viu sair. Há rumores... Eu sou um grande amigo de um dos que saiu, e mesmo assim o que sei é muito pouco, apenas palavras-chave que esse meu amigo discretamente me confia e eu na verdade não sei muito bem o que elas significam. Faço então mil cálculos... Mas, na ausência de alguns destes, é hora para os que como eu, apenas um nível abaixo destes, comecem a aparecer e a liderar e coordenar os próximos minutos, momentos. Essa é realmente umas das principais funções dos que são como eu: Suprir as necessidades gerais de funcionamento enquanto os mais importantes dão um tempo, fazendo o que de fato é mais importante e o que poucos fazem: relacionam-se intimamente. Eu, e todos os outros abaixo, sonhamos com isso, vislum e deslumbramos. (...)

continua.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

sonho - I

Eu e meu pai num barco (baleeira) pequeno e motorizado no mar do Ribeirão da Ilha. Ele fica atrás, no motor, eu fico na proa (que é aberta, não sei como, ela não fecha, a água tem passagem livre mas isso não acontece, digo, o barco não afunda, apesar da grande quantidade que vem em mim, por isso fico completamente de frente pro mar). Eu seguro, ali na frente, um bebê pelado, e esse bebê sou eu, eu até me refiro a ele como Lucas. Meu pai anda muito rápido e eu tenho dificuldade de segurar esse bebê, que fica meio que escapando das minhas mãos mas eu tenho muito amor por ele, eu não quero que ele caia, mas às vezes me preocupo mais em tirar o tanto de água que bate no meu olho e percebo que o bebê estava numa posição horrível, quase caindo. Apesar disso ele não chora, não se manifesta, só fica quietinho e até passa a mão no rosto devido a tanta água. No começo do passeio eu seguro o bebê com muita ternura, e até falo: "Como ele é fofo", ou algo do tipo. Sinto bastante medo e angústia, mas não lembro de reclamar nada a meu pai, na verdade não lembro nem de me virar para ele... a tensão está toda ali em segurar a criança.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

breeze

Essa brisa é o meu frio. O meu frio não tem temperaturas negativas... É quando tem sol, quando percebe-se o divino papel da sombra, - puta merda como gosto de uma sombra - quando sentimos mesmo nossa pele ficar quente, e aí sim uma corrente leve de ar frio, quase gelado, vem de um lado e vai passando... e vai... porque ela não é só um susto, ela dura... poucos segundos que te fazem parar, soltar, fechar e: Respirar... Foi a primeira - quiçá única - hora do dia que sentisses uma sensação boa de estar vivo. "Vamos lá." E partes.

terça-feira, 17 de maio de 2011

ah,
se soubessem o sono que sinto
não fariam-me esperar tanto
os olhos agem como tansos
e caio no meu labirinto

é doce esse sono que sinto
mas peco em não afagá-lo
sei que sinto mas não falo
eu não poderia saber

ah,
quem eu (...)

sábado, 14 de maio de 2011

ciúmes da natureza/meu primeiro soneto

quando voas os mares do Brasil
a vasta natureza te encanta
são desenhos tão ricos nossas plantas
que não pensas mais em mim: sou vazio.

queria eu ser verde, colorido
te encantar os olhos cor de céu
mas trago no meu peito tanto fel
que não escondo à vida meu pedido:

amor retribuído, junto, perto
cansei da solidão, vim do deserto
pois deixa o que é lindo pra lá!

tanto mar corre em mim, Bel viajante
não faltará lugar, Deus nos garante!
ir e vir é só saber imaginar

ele

entrou pela sala
tirando-nos qualquer vida
um intruso só

ideias amargas
embate vão com o mundo
morreu sem viver

quarta-feira, 27 de abril de 2011

ato falho: ia escrever "a morte" mas me peguei começando "am..."

sexta-feira, 22 de abril de 2011

sobre as nossas e as outras crenças

O argumento deles é: "Existe! Olha o tanto de gente que acredita..." Eles não respeitam que tem gente que pensa que talvez não exista. Eles tomam suas crenças como verdades universais, pedem respeito, tudo bem, mas o que eu penso é que pode existir, mas pode não existir. E eu sei que o que os assusta é que se não existe estamos todos na mesma, sozinhos. Nossos atos bons e louváveis nada o são porque não têm um propósito, algo maior que legitima. Eu gosto de discutir, mas reduzem até o ponto de se sentirem ofendidos quando eu digo que pode não existir, que tudo pode ser da nossa cabeça, que tudo pode ter sido inventado para explicar tudo aquilo que não entendemos. É muito cômodo sentir coisas estranhas - não sei exatamente o que sentem - e ter um nome para dar sobre isso: dizer que são espíritos que ele anda vendo ou sentindo ou baixando, que são forças demoníacas que se apossam e tudo mais. Difícil é parar e olhar para essas vidas, buscar em algum lugar, coisas que não foram compreendidas e simplesmente ficaram guardadas como algo muito forte - mais ainda por não ter sido significado - e que agora tentam sair através do corpo. Eu não sei se isso é certo. Eu só sei que acredito na força do homem, e principalmente na cabeça do homem. E o homem é tão capaz de acreditar em coisas por não saber explicá-las, que isso certamente vira universal, é uma angústia de todos. Só peço, por favor, que respeitem a minha opinião de que talvez não exista. As crenças de vocês não são verdades, são apenas as crenças de vocês, o jeito que vocês acreditam. Eu posso muito bem dizer isso, que não são verdades, que vocês não podem dizer que existe - e sim que vocês acreditam que existe. Porque no final das contas, eu não sei por que, parece que sempre querem que eu passe a acreditar, sinto toda hora que de uma maneira barata tentam me "converter". Contam histórias, e eu também, tudo bem... mas cá entre nós, nada disso nunca foi nem vai ser provado, como querem vocês me provar através da palavra que isso existe, ou seja, que é uma verdade?

sábado, 2 de abril de 2011

lembranças de um guardanapo guardado na carteira

quando desço as escadas tudo dança
todos os canos e as paredes

mole concreto balança
e me sussurra:
vida avança, vida avança

mas inda estamos aqui
e inda vai demorar
que jeito tem?
vamos dançar...

pulamos juntos.





então eu penso
se eu fosse um monge
e me isolasse no lugar mais longe
anos se passariam
até o dia da minha volta
convocaria então a todos
e num ato vagabundo e sábio, diria:
- deixa pra depois...

terça-feira, 1 de março de 2011

E pensar que todos eles já foram desse tamanho... Já tiveram esse sorriso, já pularam e correram tanto! Olha esse sorriso, teu! É meu sorriso nele, é o soriso dele pequeno, sereno e moleque. Sorriso de quem amou-a e me deu.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Nesse momento, o que eu faço, é existir.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

gostinho de eternidade

eu pulo no mundo
subo a montanha
e o que me espera?

não sei quem sou.


o tempo faz tudo virar só significado de lembranças... do que não esqueceremos? que momentos serão lembrados 60 anos depois? como é esquisito viver muito a sensação de aquilo ficará guardado por muito tempo com muito carinho. aqui toda hora é especial, tem gostinho de eternidade, saca? sabe quando tu percebe depois de 5 segundos imóvel, que aquele momento se congela para ser bem observado, percebido, e logo então guardado no canto da memória... no canto chamado "memória poética" pelo autor do livro que estou lendo. às vezes vem até como uma sensação de aquilo estar confusamente espalhado pela linha do tempo e espaço. parece que não é ali, que é outro lugar, que a foto dos teus olhos carrega uma nostalgia, melancolia, algo forte por trás... algo que se assimila com uma saudade, uma imagem de um sonho esquecido que não faz sentido, mas que tu entende que te pertence. isso tudo me vicia. me deixa eufórico, extasiado, coisas que tanto aprecio... e me faz, antes mesmo do meio-dia, passar o dia ansiando pelos novos momentos com gostinho de eternidade. ah, a eternidade, o tempo, a vida das pessoas em relação às vidas alheias, a saudade, a nostalgia de algo esquecido mas familiar... me vicia, me pica como heroína, como abelha quando éramos crianças. hoje já crescemos...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

tamanho de nada

Quanta gente no mundo... Quantos cérebros, quantas angústias, problemas, necessidades... Cada um tem sua indivualidade! Cada um faz suas perguntas, cada um as responde de um jeito que não podemos dizer certo ou errado, mas que a Psicologia disfarça com "mais, ou menos adequado". No way. Get Real! Hahahah. Seria o mundo pequeno? Seriam as pessoas grandes? O tamanho é fictício, tá na gente... Ignorantes os que tentam mensurar, criar medidas... É tudo da nossa cabeça. Nada, se não o toque, é físico. Toque é físico, todo o resto é angústia (por isso a necessidade de medir: para saciar!). O problema é que não somos o que vemos, mas sim o que fazemos do que vemos - um brinde a quem concluiu isso primeiro (não procure na internet, o verdadeiro não foi o primeiro a escrever... reparou que isso não faz o menor sentido?) e as pessoas olham sempre coisas diferentes. Pense nas possibilidades do olhar! (talvez seja essa a única coisa infinita no mundo). Sempre estamos concluindo coisas novas, se individualizando ainda mais - ou não: coerção - com relação aos outros, e penamos para entender as diferenças dos outros. Podem ser coisas tão pequenas que são do outro... Mas é tudo fictício... Imagem concluída... distorcida...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

fe'

Eu acredito em Deus quando meu iPod no shuffle escolhe a musica que melhor cairia no momento. Isso e' Deus.
todo mes ler meu caderno para nunca esquecer de nenhuma situacao acontecida.

domingo, 16 de janeiro de 2011

barulho musical

Me deito só, na madrugada escura e pura pois estou alto... alto demais... Começo do nada a ouvir um barulho... uma batida... uma porrada musical. Um heavy metal heavy pra caralho com a bateria estourando e a guitarra mais distorcida que já existiu. Uma nítida percepção de um heavy metal qualquer metralando meus ouvidos. Acho muito esquisito, ninguém aqui em casa curte heavy metal... Daonde virá essa porra? Me levanto... vou em direção ao som maluco. Ando, ando... Deve ser do banheiro... tem gente tomando banho... mas tá alto demais! Paro na frente da porta do banheiro, todo o sentido e a razão daquela situação se desfazem leves, soltos... Nada mais. Nada mais que o barulho de uma máquina, uma encanação ou qualquer outra merda que faça qualquer barulho. Nada importava. O batera mandava muito bem...

sábado, 15 de janeiro de 2011

como vai, como vai
alegria, sempre mais
é viver e arder o choro de Lia
pelo mar esconder areia escondida

tenho que ir, vou, já...
tudo ficou, foi, lá...
penso que tudo que cheira e é matuto
é como gente também

pular no mundo
sobre as montanhas
caindo lento na imensidão
é quando posso esquecer do chão

domingo, 9 de janeiro de 2011

jogo

agora eu vivo assim
sempre, sempre, sempre...
e corro com o vento
smpre, sempre, sempre...
ou melhor com a brisa
quente, quente, quente...
devagar e sempre
sempre, sempre, sempre...
sei que agora voo
rente, rente, rente
ou melhor, distante
longe, longe, longe...
no meio de tudo
muito, muito, muito
cheio de sorrir

sábado, 8 de janeiro de 2011

carta

Rodrigo, to aqui morto da fome comendo um sorvete de `cookies and cream` que ta me lembrando muito daquele chocolate de cookies da galak que eu e tu eramos apaixonados! Puta merda, quantas tardes comemos isso meu nego? Te amo muito, to com muita saudade e queria muito que tivesses nessa comigo.

23:05
park city, us
sabado, janeiro de 2011 (caralho to em 2011!)