terça-feira, 28 de dezembro de 2010


tomou-se a frente o mundo
e tanta terra separa a gente
nosso canto só ecoa
pelos montes que alcança a vista
aqui são todos brancos e cantam tímidos
como cantam nossos ecos essas montanhas daí, menina?

não vejo a hora do quarto de hotel
do tudo que vem e do que me espera quando contigo estiver
e aí varamos o mundo de esquina em esquina mirando atentos e sarcásticos
o mesmo mundo que tomou frente ontem
então sorriremos alto, alcançando os arranha-céus
e o olhar mais sincero de espanto, descoberta e euforia
nos tomará no mesmo segundo nos fazendo gritar:
- Ele gira! Ele gira!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Todos falam... a distancia eh pouca, curta, seca. Eu me flagrei quieto, acompanhado somente por tudo que me afasta ainda mais, se eh que isso eh possivel. O meu amor, por instantes parece inexistir, flu-tu-ar na nevoa que atrapalha a visao mais proxima possivel. Por que sempre tem que existir um? Ta tudo bem, ta tudo otimo... Nao pra um. Por que essas coisas classicas existem? Pra lembrar que temos familia? Que viemos de algum lugar? E se nada disso existir e meu dia foi soh mais um? Aqui escurece cedo e nao muito tarde estou a dormir. Sonho com coisas que vejo e nada mais vejo com toda essa nevoa! Meus sonhos sao adivinhacoes do que eu poderia realmente estar vendo, sentindo, sonhando. Adivinhacao barata, tendenciosa, subornada. Tudo entao fica assim... Na tristeza mais pura e sincera que o homem consegue alcancar, no silencio mais constrangido que esse momento permite, na falta de palavras, de olhares e de toques que o excesso de espaco e ar entre a gente pode causar. Tudo causa tudo e aqui, nessa altura, esse segundo tudo tem tamanho abissal.


24/12/10
6:47pm
pc, ut

domingo, 19 de dezembro de 2010

corre, vadia

Minha alma corre, lenta, frouxa, mole e trouxa, atras de mim. Eu quero ir adiante, eu sigo adiante e ela vem, va~, pra ca... Ah como demora, quando ela corre afora e ja cheguei ao fim. Eh quase um segundo, moleque e fundo, que me sinto atras de mim. Sensacao vagabunda, preguicosa, que faz rir e rir. E esse riso eh olho longe de quem por tais certos montes ja topou. O mais e mais gostoso da vivencia eh sorrir e mais vicia quanto um colo-mae da tia ou almoco de domingo. Domingo eh hoje... e hoje eh dia... agora noite... outro dia