sábado, 14 de julho de 2012

dois-um

eu vou
eu voo
eu sou
eu soo
eu suo
eu sei
eu quem
eu vem
eu vento
eu sem
eu sento
eu sim
eu sinto
eu mim
eu minto
eu mito
eu fito
eu fato
eu ato
eu to
eu todo
eu toldo
eu dou
eu dó
eu dopo
eu pó
eu podo
eu pô
eu porra
eu morra
eu ou
eu outra
eu trás
eu trago
eu tardo
eu parto
eu porta
eu torta
eu Thor
eu toca
eu o
eu oca
eu cão
eu hão
eu não
eu nada
eu nado
eu na
eu lá
eu em
eu no
eu a
eua
eia
eita
peita
meta
meta
pela
ceta
sesta
ceia
veia
meia

eu nela
ela n'eu
eu ela
ela eu
e la
el e

O Peijo

Num muro velho
estampou-se O Peijo:
quem diria
que na mesma noite
ele aconteceria!

Acordo envolto num resquício onírico que insinua-me altas fraquezas, aquelas mesmas de referência tua. A certeza de amar nunca trouxe tanto céu, mas tanta dúvida. O que pensar quando está-se diante de si mesmo um ser-você prostrado bêbedo, tontamente apaixonado? É sua capacidade de amar ou é o amor em si? Por que pensar?

terça-feira, 10 de julho de 2012

O arco da agonia


I

Ai quero seus olhos, ovelhas
Eu troco meus cachos cuidados e tudo
Faço pra capaz seria de mover-te-me os braços

II

Veloz o avistamento
Irrompe em seus passos
Retro reto volve
Ao fim anunciado

III

Nubla-se o pasto
Velhas ovelhas caminham
Ouve-se apenas a espera
- sagrado segundo estático –
Do não comemorar a festa

IV

Acalmo-me a jornada
Há passos a volver
As pedras olvidar
E troncos a crescer

V

Dói-me o ventre
Dorme o seio
Esbranquiçado ao meio
Ardendo em black pavio
Que levo nos dedos das pontas

VI

O silêncio dos passos
Volve o negro vestido
Enquanto deitam os cachos
Enfim dormem os seios

VII

Folhas comidas
Ninguém comeu

VIII

É festa no pasto:
A morte chegou.

IX

O chiaço e a lua
Agonia azul
Volte você isso venha
Puxo e teu vestido preto se move enfim

X

Serei enfim pequena?

XI

Quero montar nas ovelhas e que me levem
Alto e avante às sombras do mato
Este onde parto e deito e sento
Ao tronco liso e lisérgico alento