quinta-feira, 28 de maio de 2009

essa ausência de cerol
corta meus nervos de aço
e, com o tempo,
a dor já não rasga tanto.

enfurece-me essa triste adaptação
que transforma a merda numa não tão merda assim
fazendo-me achar que isso não é tão ruim

e vêm então aquelas visitas à longa distância
e a ausência parece congelar-se com a imagem dela,
entretanto, ao sentir a tela vem-me a raiva de
realmente haver um mundo e um computador entre nós.

maldita tecnologia
preferia eu escrever e receber cartas
tão mais íntimo que uma foto três por quatro
em tempo real!

nela, pelo menos,
eu teria a certeza de que estamos longe
em vez de tentar ficar me convencendo
de que estamos há um palmo de distância.

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