segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Árvore

Folha por folha,
A árvore que o tempo criou,
Com juras de eternidade,
E céus estrelados de amor,
Desfaz-se.

Seria o outono passageiro?
Um ciclo medroso que volta
Pois nunca aceita a sorte, o destino,
A verdade da escolha de ir?

Seria o desejo de sentir-se
Só - sem todas as extremidades -
Pois o que interessa é o percurso, o caminho,
E não o ponto final?

"As folhas me cansam,
Sequer vejo graça,
Cresceram já tanto...
Me deixem! Me basto!"

Vontade absurda de atingir o marco zero,
Sentir-se vazio, inócuo, varrido,
Como fosse assim um grito:
"Sou vivo! Não sei o que espero! E sofro,
Mas só porque o quero."

A árvore que o tempo criou,
Folha por folha,
Com chuvas, trovões e calmarias,
Ventos, brisas e sol,
Não é feita só de folhas:
É feita de lembranças.

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