terça-feira, 10 de julho de 2012

O arco da agonia


I

Ai quero seus olhos, ovelhas
Eu troco meus cachos cuidados e tudo
Faço pra capaz seria de mover-te-me os braços

II

Veloz o avistamento
Irrompe em seus passos
Retro reto volve
Ao fim anunciado

III

Nubla-se o pasto
Velhas ovelhas caminham
Ouve-se apenas a espera
- sagrado segundo estático –
Do não comemorar a festa

IV

Acalmo-me a jornada
Há passos a volver
As pedras olvidar
E troncos a crescer

V

Dói-me o ventre
Dorme o seio
Esbranquiçado ao meio
Ardendo em black pavio
Que levo nos dedos das pontas

VI

O silêncio dos passos
Volve o negro vestido
Enquanto deitam os cachos
Enfim dormem os seios

VII

Folhas comidas
Ninguém comeu

VIII

É festa no pasto:
A morte chegou.

IX

O chiaço e a lua
Agonia azul
Volte você isso venha
Puxo e teu vestido preto se move enfim

X

Serei enfim pequena?

XI

Quero montar nas ovelhas e que me levem
Alto e avante às sombras do mato
Este onde parto e deito e sento
Ao tronco liso e lisérgico alento

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