sábado, 8 de outubro de 2011

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assim são os anos,
riscos transparentes no espaço largo do tempo,
fendas que me doem por dentro tão forte...
supliciosa,
melancolicamente.

esses senhores cavaleiros estáticos
em posição de guerra, armadurados,
que não podemos olhar nos olhos pois ninguém,
ninguém sobreviveu.

os anos são arcos,
portais,
cavernas no próprio céu;
suas vozes são coros,
algo angelical são os anos

- os mesmos que,
por trás,
me golpeiam.

os mesmos que são morte,
que vejo apenas morte e solidão,
que só vieram para me deixar assim,
eterno enfermo da alma.

os anos são sempiternos,
são imagens dentro de mim
que nunca foram localizadas.

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