segunda-feira, 1 de agosto de 2011

descendo as escadas

quando desço as escadas,
tudo dança:
prédios, postes, pontes.
mole concreto balança e me sussurra:
“vida avança, vida avança!”

sobre os joelhos
cima, baixo, cima, baixo,
sobre as antenas
vai-e-vem igual.

os carros também,
também as pessoas,
formigas e moscas:
todos dançam quando desço as escadas.

e eu com meus joelhos?
e eu com meu balanço?
brindo à vida e junto danço.

meu peso de meteoro,
meus pés de gigante,
sacodem o mundo à vista
“avante, avante!”

órbita do olhar,
malemolência do concreto;
pescoço balança com a dança
fazendo sinal de “certo”.

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