sexta-feira, 5 de agosto de 2011

me levaram de carro pra longe agora
só o que vejo é poeira e marcas de dedos
mas a janela é de vidro, e vidro é d'água:
posso, posso sim ver o mundo lá fora.

o bumbo marca a levada boa
que canta e leva até São Cristóvão
são desses sãos Santos que nomeiam ruas
como a minha, ladeira cinza que de tanto vento voa

a levada leva à São Cristóvão, o carro até San Fran
eu, meu pai e minha mãe, brincando de bambolear por aí

vemos, do alto da costa, o mar que leva ao Japão
o mar da Paz, do Atlântico irmão,
tão grande, tão delineador, tão prova do formato bola do mundo,
que não há mãos, sem truques, que o abrace. Não.

no tempo e espaço nossa vida se espalha
mas o que mais forma-se são intersecções
encontros dos encontros, círculos como mandalas;
atrasados compreendemos estupefatos a vida
e concluímos que cara, sempre há tempo.





Nenhum comentário:

Postar um comentário