só o que vejo é poeira e marcas de dedos
mas a janela é de vidro, e vidro é d'água:
posso, posso sim ver o mundo lá fora.
o bumbo marca a levada boa
que canta e leva até São Cristóvão
são desses sãos Santos que nomeiam ruas
como a minha, ladeira cinza que de tanto vento voa
a levada leva à São Cristóvão, o carro até San Fran
eu, meu pai e minha mãe, brincando de bambolear por aí
vemos, do alto da costa, o mar que leva ao Japão
o mar da Paz, do Atlântico irmão,
tão grande, tão delineador, tão prova do formato bola do mundo,
que não há mãos, sem truques, que o abrace. Não.
no tempo e espaço nossa vida se espalha
mas o que mais forma-se são intersecções
encontros dos encontros, círculos como mandalas;
atrasados compreendemos estupefatos a vida
e concluímos que cara, sempre há tempo.
(pano de fundo: http://www.youtube.com/watch?v=H3oPXKQqO24&feature=related )
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