Quando eu não te quis
Pra mim,
Eu te quis então.
A tua solidão,
A minha solidão,
É isso o que me interessa:
A não pressa com as presas que dispomos
E laçamos, enfim,
O touro estabanado que mugia, há pouco,
Dentro de nós.
Não laçar:
Eis aí minha glória final,
Meu púlpito magistral de quem hoje ergue a espada e a voz,
Que dilaceram corações mesquinhos e
Cantam aos passarinhos a natureza dos sóis,
Mas que outrora já foi sim,
Escravo da falta maior.
O buraco inconfundível da intersecção chama-se “nós”,
Entidade essa que guardamos com os braços.
(mas os braços
são apenas braços:
requer-se mais!)
À maneira como os macacos dominaram um pedaço de osso,
- causa prima do nascimento do moço –
Criamos esses utensílios que alcançam mais
Que os braços,
Para então guardar com toda precisão,
O outro
Pra mim.
Homem-objeto-mundo
Homem-objeto-homem
Pela falta da posse,
Canto ao amor essa ode.
(cante)...
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