terça-feira, 28 de dezembro de 2010
tomou-se a frente o mundo
e tanta terra separa a gente
nosso canto só ecoa
pelos montes que alcança a vista
aqui são todos brancos e cantam tímidos
como cantam nossos ecos essas montanhas daí, menina?
não vejo a hora do quarto de hotel
do tudo que vem e do que me espera quando contigo estiver
e aí varamos o mundo de esquina em esquina mirando atentos e sarcásticos
o mesmo mundo que tomou frente ontem
então sorriremos alto, alcançando os arranha-céus
e o olhar mais sincero de espanto, descoberta e euforia
nos tomará no mesmo segundo nos fazendo gritar:
- Ele gira! Ele gira!
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
24/12/10
6:47pm
pc, ut
domingo, 19 de dezembro de 2010
corre, vadia
domingo, 28 de novembro de 2010
pane
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
?
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
o que será que será?
dá
mas é boa
ah, como é
é o balanço do mar
é o vai-e-vem
que sequer enjoa
quero mais, meu bem!
pra lá
pra cá
hihi
haha
como tudo é lindo e azul e lá fora tá calor mas desculpa, amor, acho que já vou dorm...
terça-feira, 9 de novembro de 2010
força
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
carta
sábado, 30 de outubro de 2010
meu livro
paredes do lado de dentro
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Ócio
sábado, 9 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Festamizadevida
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
nordestino peregrino
sábado, 18 de setembro de 2010
quando
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
diário de uma viagem [4
É lindo isso. Essa sensação de falta de tempo quando penso em tudo que posso criar. Ouço minhas músicas, leio meus textos, meus projetos de livros, minhas ideias de possíveis filmes e chego a ficar com a respiração acelerada. A arte se espreguiça por dentro de mim e se estica até não dar mais. Ela quer levantar, quer acordar, quer viver. Deve ser, decerto, ser isso o que me move. É agora, dentro de um avião de plástico, mais pra lá que pra cá, com nuvens espalhadas em pequenos blocos e uma terra verde escuro com sombras escuras destas mesmas nuvens que cobrem minha vista, que essa necessidade de arte toma conta. Lá no fundo mora uma ideia de mudar as coisas ao redor. Olho pra mim, pra minha capacidade de criação, pra capacidade das pessoas ao meu redor, e não consigo acreditar que somos piores que muita gente que tá por aí. É se reunir, tomar cerveja, conversar, tocar um violão e a vida vai saindo... Na última dessas a música que saía espontaneamente cantava: “Segunda-feira, pra juventude, quem disse que hoje é dia de se organizar? Segunda-feira, de madrugada, anteontem essa hora eu tava no bar...”. Éramos três, e lembrávamos de como a bossa-nove surgiu, de um grupo de amigos que se encontravam para beber e tocar, compartilhar músicas próprias, inventar um novo jeito de tocar... Sonhamos, sonhamos e a vontade de arte que a juventude nos doa batia latente no risonho coração embriagado. “Tudo se resume a isso, meu caro...” É isso o que todas essas coisas me sussurram muitas vezes... porém não o suficiente pra que se torne ainda verdade em mim. “Eu queria ser artista pra poder fazer o que eu quiser”, “Não posso com o fogo do meu querer, não posso não”, “E é tanta coisa no mundo pra se conhecer, que eu não sei se na minha eu vou ter tempo de viver”, “Até quem não veio pra ver, verá”, “Sinto saudade do que já não é verdade”, “O pensamento nos dá oportunidade de ir e voltar”...
segunda-feira, 26 de julho de 2010
diário de uma viagem - carta ao tom 47 [3
domingo, 18 de julho de 2010
diarios de uma viagem [2]
sábado, 17 de julho de 2010
diário de viagem [1]
Tudo bem, concordo, mas como visitante devo reconhecer o serviço do Estado em cada pedaço bem cuidado de estrada, em cada árvore de cada bairro, em cada... Enfim.
No rádio do carro uma música canta "I've got the world" e ainda diz mais: "Life is beautiful"... De fato? De fato! Vejo colinas pelo horizonte que nunca vi,
vejo planícies de uma mata seca, desértica, que me faz pensar sobre o tamanho desse mundo, dessa natureza, desse deus - e não de mim ou do meu pau.
Por falar em mim, pelo reflexo dessa tela de computador móvel (essa criação nojenta) enxergo um rosto de um cara - um homem, uma criança, um mentiroso,
um sincero e todas as contradições que o ser alguém remetem - de barba por fazer, testando até que ponto consegue sair de si e desvencilhar-se dessa coisa selvagem
que é chamada vaidade - ao mesmo tempo que veste roupas recentemente compradas: São tantas as contradições... A música muda, agora quem canta é João Gilberto.
Ah... que saudade da minha língua. Não essa mordida, queimada pelo café... a brasilleira, porra!
As palavras são lindas, os fonemas perfeitos, a complexidade de uma visão de mundo que nos permite pensar, pois a linguagem permite, limita e cria oportunidades
para o pensamento - embora essa relação não seja unilateral.
Isso tudo me traz, um pouquinho, de volta para o meu país, para o meu lugar. O tempo nem é tanto, mas eu sou daqueles que chega uma hora que o saco enche e até transborda de ficar tanto num lugar diferente do meu.
Mas esse momento ainda não chegou. Ainda tenho muito para ver e para delirar nos pensamentos sobre a minha vida e sobre as vidas que amo e que se encontram bem longe de mim.
método luquinista
Não uma frase que me sirva de doutrina, não necessariamente uma rima ou, por momento, um mandamento:
uma frase estética isenta de ética, dialética, mas lindamente esquelética, frenética, epilética, roléica, pastéica,
jeitética, servélica, querénica, vivértica, mengrélica! Prostrando gruminhosamente uma yorse sefininda, e jorgrenhando komenó salim trequismo infenilente.
Jovim! Jovim!
brain-storming [1]
E parti e toquei a correria achando que a mentira nunca me atingiria.
Por que atingir um mendigo como eu? Quem sou eu se não um porco gordo que combina as palavras uma atrás da outra como fila de elefantes?
Que ser idiota faria isso? Eu... Eu acredito haver mais que fotos e gorjetas frescas e pitorescas como a calabresa que almoço numa taberna alienada.
Hoje, combino as palavras uma atrás da outra sem ter tempo de respirar. Espalho-me uma a uma para que possa, ao fim, exercitar.
Meu esporte é o de fazer aquilo que não combina, aquilo que desrima, aquilo que destoa e que tinge uma broa de pão de velho. Broa, broa, boa... Voa, mãe, voa!
Vai ter que dizer que nada de gula de mentalizar umas fulas ideias é gaguejar. Quem gagueja pestaneja! Amarela cor de sol que me doura: corroa minhas couraças antes que meu ombro se encolha!
segunda-feira, 28 de junho de 2010
fortaleza senil
canhões alojados
em determinados espaços
intimidam qualquer amigável invasor
meu forte
meu quarto
onde tudo é só meu
e eu
como tal
governo minha própria loucura
terça-feira, 1 de junho de 2010
Modelar-se.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
grão-menino
não brinca de vampiro nem planta bananeira
ampulheta da vida é cachoeira
oh areia que cai sem cessar
sei que cada grão é tão preciso
sei que é preciso perceber que cada grão é um menino
amarelo e redondinho
que de manhã cedinho aparece na janela com sua cara amarela
e nos convida pra viver
virtude é perceber
ampulheta da vida é grande como roda gigante
lá de cima vemos a tia, a prima, o rio
e rodamos até decorar a vista
e vivemos até um lado ficar vazio
oh ar que preenche insistentemente
sei que cada grão é tão preciso
sei que é preciso perceber que cada grão é um menino
amarelo e rendondinho
que de manhã cedinho aparece na janela com sua cara amarela
e nos convida pra viver
virtude é perceber
obs: à minha querida e gloriosa vó.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Uma Teoria Sobre A Extinção De Bons Compositores
sexta-feira, 19 de março de 2010
Letais voltas de um amor
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
brincadeira
cada um tem seu lugar
perigo é a vida e a tia descobrir
joga isso ali
aqui não vai caber
será possível só você não ver?
quanta
tanta
planta confusão!
é saltando que se chega mais pertinho da chuva
é caindo que a roupa de malha molha
quanta tralha, quanta trolha!
e por que não uma bala e uma bolha para de novo descontrair?
vida de criança é assim
atchim e saúde
joelho ralado
chocolate granulado
e
quando o tempo disfarça
xixi na calça!
ahahahaha
- molhou de novo? é banho já!
- jáááááá!!!
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
devaneios de um triste
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
depois de um tempo
há uma venda no outro lado da rua
ainda de dentro
ele a vê de costas
ele sabe que é ela?
quatro portas se abrem
quatro pessoas saem
ele retorna o olhar
ela está de frente
eles se veem
e se reconhecem
por apenas 2 segundos.
ele segue
ela fica e paga o maço de cigarro.
15 minutos depois
ele anda na praia
ela também
com mais alguém
porém uns 30 metros na frente.
ele pode vê-la
nunca tinha reparado no seu caminhar
tinha?
ela não faz ideia
e fica apenas com o antigo encontro na cabeça
fica?
terão seus olhares causado posteriores reflexões?